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Um rápido olhar em "A Fazenda Blackwood"

B"H


Olá pessoas!
Pois é, reta final nas "Crônicas Vampirescas"! Só faltam este livro e o próximo, que, por serem uma continuação de uma única história, serão apresentados aqui sem intervalo de dias ou semanas. Já li os dois e estou fazendo as resenhas hoje mesmo. =)

A história de A Fazenda Blackwood nos é contada por Tarquin Blackwood, ou simplesmente Quinn, um jovem vampiro (jovem mesmo, com mais ou menos um ano de transformação) que decide ir em busca de nosso amado herói Lestat pedindo ajuda. Quinn já leu todos os livros das "Crônicas Vampirescas" e sabe que é terminantemente proibido caçar em Nova Orleans, território incontestável de Lestat, e que a pena para esse crime é destruição imediata. Mas Quinn tem um plano: deixar uma carta pedindo socorro em algum lugar do apartamento de Lestat (o mesmo em que morou Louis e Cláudia, não é na cobertura não) onde só ele pudesse achar (ele Lestar, óbvio!). Bem, digamos que as coisas não acontecem exatamente como Quinn planejou, porque alguém chegou antes no apartamento, e era a última pessoa que Quinn gostaria de encontrar.
O motivo de Tarquin Blackwood procurar desesperadamente por Lestat é o desespero para se livrar de um espírito obsessor que o acompanha desde o berço, seu duplo perfeito espelhado, batizado pelo próprio Quinn, desde o início, como Góblin. Glóblin foi o melhor amigo de Quinn durante toda a sua vida, cresceu e amadureceu com ele, mas agora, depois da transformação, Góblin também desenvolveu uma sede insuportável por sangue e passa a atacar o próprio Quinn para isso. Quinn está desesperado porque teme o surgimento de uma nova linhagem de vampiros e teme também pelos humanos que tanto ama e tenta desesperadamente proteger. Não há outra pessoa a quem Quinn possa recorrer a não ser o tão temível e apaixonável Lestat de Lioncourt.

Essa história, de Tarquin Blackwood, une-se de maneira primorosa à série "Bruxas Mayfair". A história de A Fazenda Blackwood e Cânticos de Sangue é uma só, assim como o foram os livros O Vampiro Lestat e A Rainha dos Condenados, com apenas uma diferença: enquanto nestes é o próprio Lestat quem narra os dois livros, em A Fazenda Blackwood o narrador é Tarquin Blackwood e em Cânticos de Sangue o narrador é novamente nosso amado Lestat.
Além do óbvio que é a capacidade mágica e sensual de contar uma história com viés gótico como nossa querida Anne Rice tem, uma coisa importante a considerar, e eu já falei sobre isso antes, é quem está narrando a história. Este livro é o único com uma visão realmente moderna sobre a vida. Tarquin Blackwood é a única personagem moderna criada por Anne que narra uma história. Sua história se passa durante os anos  90, numa Nova Orleans muito diferente daquele em que cresceu Louis, Cláudia e Merrick Mayfair. É muito legal ver a diferença narrativa entre as várias personagens, a forma como cada uma trata dos mesmos assuntos, como: amor, sexo, relações de trabalho, laços familiares, poder e submissão.
A história começa no presente, quando Quinn já é um vampiro e volta para a chegada da família Blackwood em Nova Orleans, descrevendo várias gerações de ricos fazendeiros. Mas não é possível deixar de lado o que considero o aspecto mais importante do livro a Fazenda em si, a mansão Blackwood. Não é novidade, para quem está acostumado à crítica literária, a disposição de entender objetos inanimados como personagens principais, tais como em O Senhor dos Anéis e O Cortiço. Neste caso não há a menor sombra de dúvida, a escolha para o título não despropositada, a Mansão Blackwood é o centro da narrativa.
É uma história fantástica, com um toque contemporâneo extraordinário, uma crueza romântica apaixonante e personagens arrebatadores. Qualquer coisa que eu fale a mais será spoiler, então fico por aqui. =D


"Havia algo de tão eternamente íntimo nas atenções de Goblin que elas tinham de ser pecaminosas." (Quinn)

"- Quinn - ela disse. - Nós vivemos em casas que foram construídas pelos sonhos das pessoas, e temos de aceitar isso. Temos de reverenciar o sonho e entender que algum dia a casa será de outros depois de nós. Essas casas são personalidades nas nossas vidas. Elas tem de desempenhar o seu papel." (Mona)

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