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Season of the Witch

B"H

Olá pessoas!
Desculpem o tempo sem postagens, mas as coisas estão bastante difíceis pra mim. Então tenham paciência.
Finalmente assisti "Season of the Witch" ("Caça às Bruxas" em português, que não tem pn com o título em inglês). Posterguei o quanto pude porque a sinopse já me dizia que eu não iria gostar, e não gostei mesmo. Então vamos aos fatos:

Estamos no século 14 ao lado de Behmen (Nicolas Cage), que é um cavaleiro medieval lutando nas Cruzadas. Ele vê e promove toda a "fé e amor cristãos" que a "santa, amada, amorosa e piedosa Igreja" quer levar aos pobres desgraçados "perdidos e hereges" que estão dominando a Terra Santa. (É tanta piedade que eu chorei nesta parte do filme.) A responsabilidade de Behmen é destruir o corpo dos hereges e infiéis, na intenção "imaculada" de que, ao se arrependerem os hereges e infiéis, suas almas sejam libertas da "danação eterna". E Behmen é muito eloqüente em demonstrar todo esse "amor cristão" até que chega a brilhante conclusão de que talvez, só talvez, ele não esteja fazendo o que a Deus quer, mas o que a Igreja quer. E talvez, só talvez (olha como o menino é ousado O.O), a vontade da Igreja não seja a vontade de Deus. (Eu fiquei estarrecido quando o vi chegado a essa conclusão) Isto posto, ele e seu amigo Felson (Ron Perlman) resolvem desertar e retornar à Europa. O que encontram? Peste Negra. E qual é a resposta "brilhante" que a Igreja dá? Bruxaria. Sim, esse é o tema do filme (óbvio pelo título) e já começa nos mostrando a que veio na primeira cena do filme. Inclusive é de um "amor cristão" que nos leva às lágrimas. É tanta "piedade e santidade" que é difícil não se sentir um monstro por não ser capaz de demonstrar tanto "amor" como eles. Ao encontrarem uma cidade, os dois desertores perversos, que desistiram de promover a "caridade cristã" (que feio! ò.Ó) são descobertos e presos. Mas ai entra a figura do Cardeal, um homem "bom, puro, de alma e intenções santas" que está contaminado pela peste, e que oferece uma salvação aos nossos heróis: conduzir jovem bruxa (Claire Foy) a um monastério, onde será julgada pela prática de bruxaria e por ter confessado que conjurou a peste das profundezas do inferno com a ajuda do Demônio (coisa feia de se fazer pra gente tão "santa" como aquela. tststs Coisa feia! ò.Ó) Mas o nosso herói ainda não está com o coração puro e liberto da "heresia" de achar que a vontade da Igreja não é a vontade de Deus, e por isso não aceita de imediato a missão. Mas as coisas se complicam quando ele acaba sentindo alguma piedade pela bruxa maldita, achando que talvez ela seja uma menina pobre e indefesa cruelmente machucada pela "Santa e Amada Igreja". No afã de tentar ajudar a garota o nobre cavalheiro decide liderar a comitiva que vai levá-la ao monastério. Começa assim a viagem que irá mudar o curso da humanidade e que fará o nosso nobre cavalheiro voltar ao ceio amado da fé cristã, a "Santa e Amada Igreja". (owm... é de chorar T.T)

O que eu achei:
Se ainda não ficou claro pra você o que eu achei do filme, e digo isso porque sei que não é fácil entender minhas ironias, pelo que eu as coloquei entre aspas (na intenção de ajudar), eu odiei o filme. Serei breve porque minha intenção não é ofender a fé de ninguém.
O filme é um lixo completo porque, dentre outras coisas, conta com a atuação desenxabida do Nicolas Cage (alguém precisa avisar ao cara que ele perdeu a graça há alguns anos). Não dá pra engolir um cavalheiro medieval que tem o mesmo jeito, a mesma cara e a mesma simpatia do Motoqueiro Fantasma (que por sinal eu gostei). Os efeitos especiais tem um toque meio retrô, e isso não é nem de longe um elogio. A história parece, só nos primeiros cinco minutos, que vai tomar um rumo diferente do que se espera normalmente de um filme como esse, mas só parece, não toma não. No fundo esse filme é um grande folheto pró Igreja Católica ao dizer que ela estava errada quando empreendeu as Cruzadas e caçou as Bruxas na "Santa, Amada e Piedosa Inquisição" que espalhou no Mundo o "Amor e a Caridade Cristãos", (foi uma época "linda"! - suspiros) mas nem tanto. E esse papinho de "errada mas nem tanto" só serve pra uma coisa, acariciar o ego ferido de Igreja que, a despeito de todas as furiosas tentativas, não conseguiu espalhar sua fé pelo Mundo todo (estão perdendo de lavada para o Islã), nem acabar com as crenças "pagãs" européias, nem MUITO MENOS acabar com nós judeus (e isso é o que mais dói neles). E não adianta vir com esse papinho de que eles pediram desculpa, de que o João Paulo II foi lá em Israel e beijou o chão, e blá blá blá. Eu vou torturar a sua família toda, matá-los depois, inclusive seus bebês e filhos pequenos, vou criar métodos de tortura que nem mesmo as civilizações antigas foram capazes de imaginar e depois vou te pedir perdão. Só isso. Ah..., mas se você não me perdoar é porque você é perverso, sem Deus, imoral e ganancioso. A culpa é sua, seu MONSTRO! (coisa feia não perdoar os outros, afinal é isso o que a Igreja prega.)
VEJAM BEM QUE EU NÃO ESTOU FALANDO DA FÉ DE NINGUÉM, ESTOU FALANDO DE UMA INSTITUIÇÃO CRIMINOSA, PERVERSA E SANGUINOLENTA QUE PERSEGUIU E MATOU DEZENAS DA MINHA PRÓPRIA FAMÍLIA PELO SIMPLES FATO DE SEREM JUDEUS.
Então, me faça um favor, se você ficou ofendido VÁ CHUPAR UM PARAFUSO PRA VER SE VIRA PREGO. Grato!

Comentários

  1. Compartilhei no Facebook! Corajosa, fantasticamente bem escrita e, como vc disse, independentemente de crenças, excelente para uma reflexão histórica e jornalística! Seu final me lembrou minha idiche mommys... Estherzinha - se eu tivesse ido chupar todos os pregos que ela me mandou (pq não falava palavrões)... eu já seria buuuuuucha! rsrsrsrs #RF #RT

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B"H
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