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Orgulho e Preconceito


Olá! Antes de mais nada, peço desculpa a todos pela demora desta resenha. Estava realmente muito ocupada, o que acabou atrasando consideravelmente a minha leitura deste livro. Porém, como estava obstinada a fazer uma resenha especificamente sobre ele, acabou demorando muito (não consigo encontrar um motivo racional para o porquê disso, a não ser, que quando ponho algo em minha cabeça não consigo tirar). É um livro maravilhoso, que contém sem sombra de dúvida todos os elementos para uma leitura cativante: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.

Rejeitado inicialmente sob o nome de First Impressions (Primeiras Impressões), Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) foi publicado em 1813, e considerado por Jane “seu filho mais querido”. É o romance mais famoso dela, que cativou e vem cativando uma legião de leitores apaixonados, rendendo inúmeras adaptações para o cinema, televisão, teatro e até mesmo outros livros, como o lançado há pouco Orgulho e Preconceito e Zumbis.
Esta obra destaca de uma maneira geral a vida de Elizabeth Bennet e sua família, composta por seus pais, mr. e mrs. Bennet, e suas irmãs: Jane, Mary, Catherine, e Lydia. Ao saberem que um jovem aluga a propriedade de Netherfield, a vida da família Bennet é alterada pelas possibilidades de matrimônio que a matriarca logo vê para uma das suas filhas, que no seu entender é o significado do mais alto sucesso familiar. O enredo se desenvolve mostrando as relações que essa família trava com Charles Bingley, o rapaz em questão. Bingley logo se interessa por Jane e seu amigo Fitzwilliam Darcy, um rapaz arrogante e pretensioso, consegue quase que imediatamente o desprezo de todos, principalmente de Elizabeth, a quem no primeiro momento desdenha.

Certo, vamos ao comentário agora. Como tenho procurado ser bem honesta sempre, me vejo obrigada a reafirmar, como disse mais acima, que acabei quase imediatamente a leitura deste livro. E, há tantas ideias passando pela minha cabeça neste momento, que tenho uma IMENSA dificuldade em agrupá-las e expô-las aqui com o fito de demonstrar o tamanho do meu contentamento para com ele, e o quanto foram superadas as minhas mais otimistas expectativas acerca do mesmo. Ariel, meu fiel escudeiro e confidente acerca das minhas inquietações literárias (Que são muitas!), pode comprovar o quanto foi, não diria complicada, mas diferente para mim a experiência de ler este livro. Para que tenham ao menos uma pequena fração da agradável surpresa que tive com esta obra, exponho aqui que este foi o primeiro livro em que me vi obrigada a mapear, não por uma obrigação, mas por ter sido enlaçada pelo fascínio de tanta vitalidade e genialidade da autora. Não sei exatamente o que eu esperava quando dei início a esta leitura. Sabia, como acredito que todos saibam, que se tratava de um romance, mas ele é infinitamente mais do que isso. Logo de início ele começa com a seguinte máxima: “É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”. Fazendo uso dessa introdução, ele já nos dá um breve vislumbre do seu humor ácido e ao mesmo tempo descontraído que é apresentado durante o texto, o que acaba por dobrar qualquer motivação externa que o leitor já possuísse ao dar início a esta leitura. É um romance muito bem costurado, que descreve minimamente as personagens e dá ao leitor a capacidade de penetrar em cada recanto da suas personalidades, tornando possível conhecer de maneira precisa cada uma delas. Com uma junção perfeita de sarcasmo e inteligência, o livro lança um foco na difícil e complicada relação que as personagens Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy travam, descrevendo toda a sociedade da época no percurso. Uma coisa que eu achei muito divertida ao concluir esta leitura, é que as duas propostas para denominar o livro, que foram: Orgulho e Preconceito (nome de fato da obra) e Primeiras Impressões (primeiro nome apresentado), combinadas formam o que creio poder chamar de “lema” do livro. Afirmo isso, pois este romance trabalha justamente com a combinação desses fatores expostos (só não se esqueçam de que isto é uma resenha, ou seja, não são feitas nem a metade das análises que poderiam ser feitas sobre a obra em questão). Ela nos mostra o quão dúbias podem ser as conclusões baseadas nas primeiras impressões, e que nenhuma primeira impressão é desprovida de muito orgulho e do mais refinado preconceito. Esta obra descreve pormenorizadamente a mediocridade da sociedade: as intrigas, o ridículo dos seus tipos e as diferenças de classes, separadas pelo preconceito exacerbado que dividia burgueses e nobres. Em suma, é um livro fantástico. Amei lê-lo e não posso dizer o quão cruel e doloroso é para mim não colocar todas as conclusões a que ele me fez chegar devido ao medo de dar spoiler, embora já temo ter falado demais. Recomendadíssimo. Um romance que todos deveriam ler ao menos uma vez na vida. Agora encerrarei com alguns trechos do livro, que espero eu, os motivem a lê-lo.

“Nada é mais enganoso do que a aparência da humildade. – disse mr. Darcy – Às vezes é apenas pouco caso e, outras vezes, uma maneira indireta de se gabar” (mr. Darcy)

“– E assim acabou a afeição daquele senhor – disse Elizabeth, impacientemente. – Suponho que tenha havido muitos no mesmo caso. Eu queria saber quem descobriu a eficácia que tem a poesia de afugentar o amor.
– A mim sempre me disseram que a poesia é o alimento do amor.
– De um amor sincero, sólido, sadio, pode ser. Tudo serve de alimento ao que já tem força. Mas, quando se trata de uma ligeira e fraca inclinação, estou convencida de que um bom soneto é suficiente para fazê-la morrer de inanição” (diálogo de Elizabeth e Bingley)

“– Acho que existe em todos os temperamentos uma tendência para determinada forma do mal, um vício natural que nem mesmo a melhor educação pode extinguir.
– E o seu defeito é uma propensão a odiar todo mundo.
– E o seu – replicou ele, sorrindo – é o de se recusar a compreender os outros.” (diálogo de mr Darcy e Elizabeth)

Comentários

  1. Sua resenha me deixou curiosa acerca deste livro.O sr Marido insistiu muitas vezes para que eu visse o filme.Mas agora confesso que fiquei com medo.Quando se trata de adaptações tenho sempre muitas reservas.Agora tenho vontade de ler primeiro o livro.

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B"H
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