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Ondine

B"H

Olá galera!
Hoje eu queria falar um pouco sobre o último filme que vi: Ondine.
O resumo oficial diz que esse é um conto-de-fadas moderno, e nada poderia ser mais verdadeiro ao descrevê-lo do que essas duas palavrinhas. Sim, é um conto-de-fadas, mas também é moderno e isso tira a possível infantilidade que assustaria alguns leitores desapercebidos. Ondine trata sobre um pescador irlandês (e se passa na Irlanda também, e não é óbvio se é o que você estava pensando ¬¬) que "pesca" uma mulher em sua rede. Ela é linda, (e os homens sabem como mulheres indefesas ficam mais lindas ainda :D) e aparentemente está desmemoriada. Cyracuse (ah, eu ainda não tinha falado o nome do pescador né? o nome é esse) toma um susto imenso quando vê a mulher na rede e acha que ela está morta. Ao descobrir que não ele tenta levá-la ao hospital mas ela não quer ver nenhum outro ser humano. Dadas as circunstâncias (e eu disse que ela era linda) ele a leva para a casa que pertencera a sua mãe (mãe dele) e permite que ela fique lá quanto tempo quiser. Ai entra a terceira personagem mais importante da história, a filha de Cyracuse, Annie. Ela vive com a mãe e o padrasto, dois bêbados, e precisa de uma cadeira de rodas para se locomover porque tem insuficiência renal (faz hemodiálise) e por isso é bastante debilitada. A garota é a alma do filme. Apesar de tudo é bastante alegre e parece cativar todos ao seu redor. Assim que descobre a garota que o pai pescou, ela chega a brilhante conclusão que se trata de uma sereia. Para completar, a própria resgatada resolve se auto-denominar Ondine (pesquisem e descubram por que). O filme todo se passa entre a influência que Ondine exerce sobre Annie (que se encanta por ela) e Cyracuse (que se apaixona, é óbvio). Ele mesmo começa a achar que talvez ela realmente possa ser uma sereia. Por que ele começa a achar isso? Porque a garota resolve ir pescar junto e durante a pescaria começa a cantar uma música misteriosa num idioma que ele não entende e milagrosamente as redes e as armadilhas se enchem de seres aquáticos como nunca antes.
Mas, como tudo na vida tem dois lados, o terror parece acompanhar Ondine e os segredos ameaçam mostrar outra realidade bem diferente. Esse filme é construído sobre a perspectiva do: o que é a realidade? Descobrimos também que Cyracuse precisa lidar com fantasmas do passado e com quem ele realmente é.
Eu enrolei pacas né? Acho que é o meu estado de espírito. Mas vou falar sobre o que achei do filme: resumindo eu gostei muito. Na verdade seria difícil não gostar de algum filme do Colin Farrell (Cyracuse), porque acho que ele é incrível. Nesse filme não foi diferente. Acho que todos sabem que Colin Farrell é maluco, mas ele conseguiu me convencer completamente do papel de pescador simples e pai amoroso. Alicja Bachleda (Ondine) é uma atriz sensacional (mesmo!!!), e Alison Barry (Annie) é um primor. Esse trio não precisaria de mais nenhum outro ator pra fazer o filme ser um sucesso, mas podemos citar ainda o nome de Stephen Rea (um padre) que compõe com brilhantismo as cenas mais engraçadas de Cyracuse (normalmente no confessionário).
Esse é um daqueles filmes sem grandes pretensões e que por isso consegue cumprir o que promete. Tudo na dose certa, inclusive não há como os mais insensíveis reclamarem por ser meloso, como se esperaria de um romance conto-de-fadas. Vejam e tirem suas próprias conclusões.
PS.: Essa resenha ficou uma merda. Me desculpem.

Comentários

  1. Assim como toda história que se presa:
    Uma mulher gostosa;
    Um homem que não precisa ser bonito e que se apaixona por ela;
    E alguma sofredora, pra deixar a história com um ar triste.

    Tá, parece que eu não gostei, mas eu realmente achei interessante, muito provavelmente assistirei. :D

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B"H
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